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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Treineira com deficiência auditiva faz 1000 no Enem

O Globo - 19/01/2015


RIO - A família da estudante Mariana Pereira Pimenta, de 17 anos, tem motivos de sobra para se orgulhar. Mesmo com deficiência auditiva, a menina superou os obstáculos e tirou nota 1000 na redação do Enem 2014, quando ainda estava no 2º ano do ensino médio. Aluna do Colégio Opção A de Maricá, ela quer cursar Ciências Econômicas na UFRJ ou na UFF. (Leia a redação dela ao fim da matéria).

- Não há nenhum atendimento especial pelo fato de eu não necessitar, mas é claro que a escola e os professores sabem da minha deficiência. Em alguns momentos, como no início de ano letivo, pedi para que alguns professores evitassem falar de frente para o quadro e de costa para a turma visto que faço leitura labial - explica Mariana.

Sem a tradução das aulas em Libras (Língua Brasileiral de Sinais, usada para comunicação com pessoas suradas), a estudante também conta com a ajuda dos amigos para tirar eventuais dúvidas:

- Às vezes tenho dificuldades, por algumas determinadas falas passarem despercebidas para mim. Mas, desde pequena já sei lidar com minha deficiência e, muitas vezes, até minhas amigas me ajudam. Por exemplo, quando os professores resolvem ditar a matéria, eu vou copiando de algum colega ou pego o caderno emprestado ao fim da aula.

O gosto pela leitura e pela escrita vem da infância. As aulas ajudaram-na a corrigir falhas e aperfeiçoar seu talento. O suficiente para tirar nota máxima no tema proposto pela banca do Enem 2014: "Publicidade infantil em questão no Brasil".

- Já tive meus pontos fracos em redação, embora tenha facilidade com temas sociais. Neste ano, com constantes práticas e atenção às aulas, comecei a ir melhorando aos poucos e transmitindo na redação os ensinamentos aprendidos. Ler é uma coisa de que gosto muito, principalmente jornais, que leio todos os dias desde pequena. Daí é que vem minha facilidade em entender os temas sociais - explica Mariana.

Leia abaixo a redação de Mariana Pimenta, copiada de seu rascunho

A publicidade vem sendo valorizada com a constante globalização, onde o marketing se apropria em atingir diferentes parcelas populacionais. A questão da publicidade infantil vem ganhando destaque no cenário mundial, sendo criticadas suas grandes demandas dirigidas à criança, persuadindo-as em favor do consumismo.

Com a crescente classe média do país, onde milhares de brasileiros são favorecidos pelos créditos governamentais, o consumismo vem afetando toda essa parcela populacional, deixando no passado a falta de eletrodomésticos e a participação social favorecida as elites. Com participação das principais mídias, agrava o abuso do imaginário infantil ao mesmo tempo em que favorece na distinção do benéfico e maléfico ao padrão de vida individual.

É cabível que a anulação da publicidade infantil põe em xeque os ideais democráticos, confrontando tanto as famílias como o mercado publicitário, discriminando tal faixa etária ao mesmo tempo prejudicando o mercado consumidor, fator que pode levar a uma crise interna e abdicar do desenvolvimento comercial de um país subdesenvolvido.

Portanto, a busca da comercialização muitas vezes abrange seu favorecimento através do imaginário infantil com os ideais seguidos por seus ídolos. Entretanto, é de responsabilidade dos pais na conscientização do bom e/ou ruim, em conjunto com a escolaridade infantil na abdicação do consumismo ao mesmo tempo em que o governo estude medidas preventivas que busquem o controle da exploração publicitária sem que atrapalhe o andar econômico do país.

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