Leia sempre, a leitura transforma.

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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Vídeo com licença aberta

Tutorial sobre como postar vídeo, no YouTube, com licença aberta Creative Commons. Produção Grupo de Pesquisa GEPETER/UFSM.


Autora: Bibiana Veleda


Fonte: REA - Ensino Médio - Materiais Didáticos Abertos

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

ENEM - Descubra quais podem ser os temas de redação do Enem 2017

Para muita gente, a redação parece ser a prova mais simples do Enem. Afinal, basta escrever um texto sobre o assunto pedido, expor sua opinião e pronto, certo? Errado.

Essa visão que muitos candidatos têm da redação do Enem é uma armadilha. Se você não der a devida atenção a ela, o resultado poderá ser uma nota abaixo do desejado, comprometendo o desempenho geral.

A verdade é que só vai conseguir fazer uma boa redação quem tiver bastante conhecimento a respeito do tema pedido. Não dá nem para enrolar o texto com palavras difíceis - os avaliadores são treinados para identificar esse tipo de manobra.

Resta, portanto, investir em estudar os assuntos que podem ser abordados, praticar o formato e fazer bonito no dia da prova.

Para isso é bom conhecer com antecedência alguns dos temas mais quentes da atualidade e se preparar melhor para a prova. Veja as apostas que trouxemos para você a seguir.
Temas de redação do Enem 2017

Veja abaixo alguns temas que podem cair no Enem 2017 e que você precisa manter no radar.

A Terceira Guerra Mundial


A Coreia do Norte e os Estados Unidos estão revivendo o fantasma da Guerra Fria. Os conflitos entre Donald Trump e Kim Jong-un ameaçam deflagrar uma guerra nuclear que poderá ter consequências terríveis para humanidade e para o planeta.

Analise as origens, a conjuntura internacional, o que há de mais atual no tema e o que dizem os especialistas em política a respeito disso.

Direitos e respeito para todo mundo

No mundo inteiro, grupos que sempre sofreram preconceito da sociedade, como homossexuais, negros, pessoas gordas, pobres, periféricas, estão numa luta ferrenha pela igualdade de direitos e, principalmente, respeito.

Observe como está o cenário nacional e internacional em relação a isso, as políticas públicas do Brasil atualmente e os movimentos contrários.

Empoderamento

Ainda no tema direitos e respeito, vale a pena dar uma estudada no assunto "empoderamento", especialmente em como a publicidade trata de pessoas que, historicamente, sempre ficaram à margem da representação.

Hoje há diversas empresas tentando rever isso: é um golpe de marketing ou uma preocupação real com a diversidade? Estude quais são as principais reivindicações por empoderamento, casos de sucesso e as consequências para a sociedade do futuro.

O movimento anti-vacina

A crença de que as vacinas podem trazer problemas para as crianças - inclusive provocar o autismo - vem fazendo com quem muitos pais deixem de proteger seus filhos. O resultado tem sido o aparecimento de doenças que há anos estavam controladas ou erradicadas.

O que diz a ciência sobre isso? Qual a alegação das pessoas que são contra as vacinas? Há dados que comprovem esse posicionamento?

O pensamento conservador e o avanço da censura no Brasil


Nos últimos anos temos presenciados o avanço de uma pesada onda conservadora no Brasil, inclusive com episódios que se assemelham à prática da censura.

Procure entender por que esse sentimento tem se disseminado com tanta rapidez no Brasil e no mundo - e quais são os interesses políticos e econômicos por trás disso.

Futuro da democracia

O sistema político no Brasil tem mostrado pouco respeito à democracia. É cada vez mais comum a gente ver os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) se articulando para favorecer este ou aquele grupo político ou econômico - o que põe em risco todo o futuro do país.

Quais são os impactos disso? Por que a voz da população não é ouvida? Por que ainda somos o "país da impunidade"?

Arte x Pichação
Aqui há reflexões bem polêmicas: grafites e pichações podem ser considerados arte de rua? Como o poder público pode tratar desse assunto sem ferir a identidade da cidade?

Ocupar as cidades

Esse tema também trata da relação entre cidade e pessoas. Mas nesse caso lida com a crescente demanda por ocupação dos espaços públicos, principalmente nas grandes cidades brasileiras.

Qual o motivo para esse novo despertar? Será que as pessoas estão cansadas de ficar em espaços fechados? Quais são os exemplos locais e internacionais que podemos oferecer? Você saberia citar algum caso de cidade que se reinventou? A ocupação dos espaços públicos pela população em geral diminui a violência?

O fracasso do combate às drogas


Por que as políticas de repressão às drogas há anos têm se mostrado ineficazes?

Nem o aumento das penas, a violência contra os usuários e traficantes, a internação compulsória de dependentes, a prisão, nada disso tem dado resultados positivos.

Qual o motivo disso? Que alternativa seria menos prejudicial à população? A liberação é uma saída? Aqui é bom observar bem os dois lados da questão e deixar de lado opiniões pessoais ou religiosas.

Envelhecimento da população

Não vai demorar muito até o Brasil ter mais adultos e idosos do que jovens. Isso gera um cenário totalmente novo para o nosso futuro.

Você saberia dizer que cenário esse? Qual o impacto disso na previdência social, nos serviços que precisarão ser oferecidos, na configuração das cidades, no potencial produtivo? Que soluções têm adotado os países da Europa que já sofrem com esse problema há algum tempo? Como buscar um equilíbrio?

As grandes reformas políticas recentes no Brasil

Depois do impeachment de Dilma Rousseff, o Brasil tomou um outro rumo. Foram postas em prática três grandes reformas - a trabalhista, a previdenciária e a do ensino médio - que vão ter um impacto forte no país nos próximos anos.

Especialistas dizem que elas tiram direitos da população e aumentam o poder dos grandes grupos empresariais. Será? O Brasil realmente precisa delas? O que muda daqui para a frente?

Refugiados no Brasil

O Brasil vem recebendo refugiados políticos e de guerra de diversos países da América, da África e do Oriente Médio. Isso tem, aos poucos, mudado a cara das nossas cidades.

Além de entender os motivos pelos quais essas pessoas estão vindo para cá (guerras, perseguições políticas, etc.), é preciso saber como estamos reagindo a elas: xenofobia, acolhimento, integração cultural, estilo de vida, etc.

Dicas de como fazer uma redação nota mil no Enem 2017


A primeira e mais importante dica para fazer uma redação nota mil é saber o que estudar. Para isso é preciso ficar de antena ligada no que acontece de mais importante no Brasil e no mundo.

É fundamental analisar pontos de vista diversos, pesquisar fontes confiáveis (cuidados com os sites sem credibilidade, eles estão se espalhando por todo lado, principalmente via redes sociais), ouvir a opinião de especialistas e pesquisar o histórico do tema.

Assuntos pontuais e muito recentes, que acontecem pouco antes das datas das provas, não têm chances de cair diretamente na redação. Isso porque os cadernos de prova do Enem são impressos com meses de antecedência.

Fique de olho no formato dissertativo-argumentativo pedido no edital. Treine bastante, especialmente com base em redações nota mil de edições anteriores.

Não se esqueça de contabilizar o tempo. Você precisa fazer tudo em uma hora - e isso inclui passar o texto a limpo. Lembre-se de que no dia da redação você também terá que fazer prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Ambas exigem muita leitura e atenção, consumindo bastante tempo. Portanto, cada minuto conta.

Fonte: Terra

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A Literatura nos Games

POR: PAULA SOUZA


O constante crescimento do interesse de crianças, jovens e adultos por games fez com que as grandes produtoras recorressem à mais antiga forma de diversão: a literatura. E quando digo que é uma antiga forma de diversão, não estou apenas me referindo a livros, em papel. Pode-se dizer que vai desde uma história contada antes de dormir, até os encontros literários de professores e mestres em Literatura. Aliás, pode-se dizer que isso vem desde a época dos grandes filósofos, como Aristóteles, Sócrates, Platão e muitos outros.

Partindo do pressuposto que os games podem ser vistos como elementos culturais que auxiliam no desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, o número de jogos interativos que surgem tem aumentado e muito. Como em um romance, os jogos precisam de um enredo e, cada vez mais, as grandes produtoras estão à procura de roteiristas para novos jogos.

Quando falamos em literatura, é normal as pessoas torcerem o nariz e acharem “chato”, né? Pois bem! Jogos envolventes tem sido criados, baseados em elementos da literatura.

Por exemplo, o jogo Device 6, que mistura referências de Franz Kafka e Lewis Caroll, usando os textos de maneira criativa, com frases se movendo na tela. Um outro exemplo, e esse eu experimentei, é o jogo Child of Light, que mistura a história de A Bela Adormecida, com personagens de literatura medieval, como ogros e figuras místicas. Sem falar que o jogo é todo elaborado em pequenos poema; isso, sem comentar do cenário que é fantástico: castelos, florestas, plantas com poderes curativos, entre outros. Imagina eu, que gosto de literatura, como não viajei… rsrsrs

Outros jogos como Dantes Inferno e God of War trazem elementos literários. Dantes Inferno, como o nome sugere, baseia-se na descrição do Inferno de Dante, na obra A Divina Comédia, de Dante Allighieri. Em God of War temos o guerreiro grego Kratos, que trabalha para os deuses do Olimpo e é traído pelo deus da guerra, Áries. Mas, uma obra que me chamou a atenção, é Assassin´s Creed, que virou obra literária após o lançamento do jogo. Ai, fica a grande pergunta: por que vou ler uma coisa que já joguei? Pois bem! As obras escritas trazem detalhes da vida dos personagens que, ou não foram contados, ou foram contados superficialmente. Além disso, há mais alma nos personagens e na trama, fazendo com que apareça uma certa tensão. Para quem não conhece o jogo e nem os livros, trata-se de uma irmandade (traduzido ao pé da letra “Assassinos do Credo”), destinada a proteger a humanidade das mãos dos Templários, cujo objetivo é trazer ordem e disciplina a qualquer custo. Mais do que isso, a história traz reflexões sobre valores morais, escolhas e decisões, e seus pesos na vida real. O livro é fiel ao jogo? Não, não é. Talvez, em uma tentativa de prender o leitor que já jogou e talvez, uma outra tentativa de conquistar um público, em sua maioria jovem, o que torna a linguagem utilizada um pouco limitada. Acho importante também destacar que, como disse a escritora Flávia Gasi, doutora pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo, os jogos não precisam se ater às suas fontes de inspiração. É comum os jogadores pesquisarem sobre os títulos, por exemplo, e mergulharem em mundos como a Mitologia Grega, ou a Era Medieval, Período Renascentista ou até mesmo à Era Moderna. No caso de Assassin´s Creed, a situação inversa.
Bem, depois disso tudo, ainda acha que Literatura é chato?

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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O caminho: para o futuro da humanidade – Edgar Morin

“Pra mim, o problema da felicidade é subordinada àquilo que chamo de “O problema da poesia da vida” ou seja, a vida, a meu ver, é polarizada entre a prosa- ou seja, as coisas que fazemos por obrigação, que não nos interessam, para sobreviver e a poesia – o que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar. E é isso que é importante. Então, eu digo que o verdadeiro problema não é a felicidade – é a questão que faço a mim -, porque a felicidade é algo que depende de uma multiplicidade de condições, e eu diria mesmo que o que causa a fragilidade é frágil, porque, por exemplo, no amor de uma pessoa, se essa pessoa morre ou vai embora, cai-se da felicidade à infelicidade. Em outras palavras, não se pode sonhar com uma felicidade contínua para a humanidade. É impossível porque a felicidade, repito, depende de uma soma de condições. Então, pelo outro lado, o que se pode dizer, pode se tentar favorecer tudo o que permita a cada um viver poeticamente sua vida e, se você vive poeticamente você encontra momentos de felicidades, momentos de êxtase, momento de alegria e, na minha opinião, é isso.”
– Edgar Morin, “Edgar Morin – O caminho: para o futuro da humanidade”. Fronteiras do Pensamento. 2011.


Edgar Morin – O caminho: para o futuro da humanidade


Edgar Morin, sociólogo francês, discute o que chama de “crise geral da humanidade” em sua conferência ao Fronteiras do Pensamento 2011. Segundo Morin, a base para compreender a série de crises que estamos vivendo é a ambiguidade da globalização: por um lado, se os problemas contemporâneos agora são globais, por outro, as nações nunca antes foram tão interligadas em uma mesma “comunidade de destino”.

De acordo com o sociólogo, para encontrar respostas aos problemas atuais, é preciso abraçar o que ele considera o maior desafio atual: globalizar e desglobalizar ao mesmo tempo.

Para estimular a possibilidade de coexistência destas facetas aparentemente opostas, Edgar Morin passa por inúmeros campos da vida contemporânea, analisando problemas e oportunidades e conclui: diante de tantas incertezas, devem surgir novas apostas e estratégias que reconheçam os erros do caminho e que tentem abordagens inovadoras em direção a um mundo não perfeito, mas melhor.



Fronteiras do Pensamento | Produção Telos Cultural | Conferência Edgar Morin | Edição Alexandre Fernandez | Finalização Marcelo Allgayer | Tradução Francesco Settineri e Marina Waquil

Fonte: Fronteiras do Pensamento

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Temporal atinge IEESF

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A Equipe Gestora do Instituto Estadual de Educação Salgado Filho vem tornar público os danos e prejuízos causados na escola decorrentes da ação do temporal ocorrido na madrugada de 19 de outubro de 2017, bem como justificar à comunidade assisense as razões pelas quais as aulas estão suspensas temporariamente no Bloco A.
Como consequência do temporal, tivemos grande destruição no telhado do Salão de Atos, nas salas de aula no andar superior e nos banheiros masculino e feminino. O forro de PVC está quebrado e correndo risco de desabar nesses locais. Com a entrada da água da chuva, a fiação elétrica ficou comprometida nos dois andares, as lâmpadas queimaram e os vidros das janelas e portas estouraram.
Diante disso, não teremos aula para as turmas que funcionam no Bloco A: 6º, 7º, 8º, 9º anos, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos até que sejam tomadas medidas que permitam retomar as atividades escolares em segurança.

Outrossim, comunicamos que as aulas nos Anos Inicias- Bloco B- de 1º a 5º ano, e Curso Normal Aproveitamento de Estudos terão retorno normal a partir de segunda-feira, 23/10/17, tendo em vista que o prédio apresenta condições de uso.
Assim que tivermos solucionado os problemas básicos, comunicaremos a todos.
Certa da compreensão de todos,

Roseli Denardi Martins e Equipe

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Edusp lança portal com obras de acesso aberto e gratuito

Adriana Cruz - Jornal da USP - 09/10/2017

A Editora da USP (Edusp) está lançando um portal com obras de acesso aberto e gratuito. Trata-se do Portal Livros Abertos Edusp, destinado a publicar obras, em edições bilíngues, em todas as áreas do conhecimento, sendo uma delas necessariamente em português e a segunda à escolha do autor.

Os livros, aprovados pelo Conselho Editorial da Edusp, estão disponibilizados em formato PDF e e-Pub [arquivo digital padrão específico para e-books]. Uma das obras já disponibilizadas é “Helio Lourenço – Vida e Legado”, de Ricardo Brandt de Oliveira, publicado em comemoração ao centenário de nascimento do professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e vice-reitor da USP em exercício entre os anos de 1967 e 1969.

“O portal é uma das diretrizes da nova política editorial da Edusp implantada no último ano. É uma ferramenta para que o conhecimento crítico possa circular livremente. Nossa expectativa é que essa iniciativa se amplie e que possamos criar essa cultura na Universidade para que mais autores disponibilizem suas obras”, destaca a presidente da Edusp, Valeria De Marco.

Valéria ressalta que o uso de recursos digitais, a internacionalização e o relacionamento interinstitucional foram os focos do trabalho da Edusp neste período de um ano e meio em que está a frente. No mesmo período, a Editora manteve seu ritmo de publicação, tendo lançado no 94 novos títulos e realizado 52 reimpressões.

Outro projeto importante foi a parceria com a Pró-Reitoria de Graduação para a produção de obras de autoria de docentes da USP e destinadas a estudantes, com o objetivo de qualificar o ensino e contribuir para os cursos de graduação de outras instituições brasileiras. O primeiro edital recebeu mais de 200 inscrições e os primeiros originais estão em produção.

Também foram fortalecidas as relações da Edusp com as editoras das universidades públicas, por meio de coedições.

Com o objetivo de internacionalização, foi estabelecida a atuação conjunta na América Latina com a Eudeba, da Universidad de Buenos Aires, e a Editora da UNAM, da Universidad Nacional Autónoma de México. O objetivo da cooperação é a presença constante nas feiras de livros de Frankfurt e de Beijing e o intercâmbio em feiras nacionais.

Além disso, a Edusp também criou uma livraria virtual para facilitar a aquisição dos livros e atender leitores de todo o país.

Fonte: Blog do Galeno

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Escolas substituem dever de casa por tempo de leitura. Funciona?



Distrito escolar nos Estados Unidos adotou a prática com base em indícios de que a leitura livre é melhor do que as tarefas

Alunos de ensino primário em um distrito escolar da Flórida terão uma bem-vinda – mas controversa – nova política quando retornarem para a escola no ano letivo que começa no próximo mês: nada de lição de casa tradicional.

Eles terão que fazer outra coisa para ajudá-los academicamente: ler por 20 minutos todas as noites.

Heidi Maier, nova superintendente do distrito de escolas públicas do condado de Marion, na Flórida, formado por 42 mil estudantes, disse em uma entrevista que ela tomou a decisão com base em uma pesquisa sólida acerca do que funciona melhor para aumentar o desempenho acadêmico dos alunos.

Isso pode parecer óbvio, mas no mundo da educação, os decisores políticos são notáveis por criar muitas políticas sem saberem e/ou se importarem com as evidências das melhores pesquisas.

A política será aplicada a todos os alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental no distrito – cerca de 20 mil – mas não valerá para os demais alunos de ensino fundamental e médio. Maier, uma especialista em leitura que começou a liderar as escolas de Marion em novembro, depois de atuar como professora de licenciatura no College of Central Florida, disse que está baseando sua decisão em uma pesquisa que mostra que lição de casa tradicional nos primeiros anos escolares não melhora o desempenho acadêmico, mas a leitura – e ler em voz alta – sim.

Uma análise muito citada de uma pesquisa sobre o tema, publicada em 2006, constatou que lição de casa no primeiro ciclo do ensino fundamental não contribui para ganhos acadêmicos e tem apenas um efeito moderado para estudantes mais velhos em termos de melhorias de desempenho acadêmico. Apesar da lição de casa ser uma das questões mais controversas na educação básica, não existe nenhum estudo experimental sobre os possíveis efeitos da prática.

Mas especialistas dizem que a pesquisa é clara quanto aos benefícios da leitura diária, com estudantes escolhendo seus próprios livros, lendo em voz alta e escutando um adulto fluente ler para eles.
Maier citou o trabalho de Richard Allington, especialista em aquisição de leitura, que pesquisou e escreveu extensivamente sobre como ensinar os alunos a lerem.

“A qualidade da lição de casa é tão pobre que simplesmente fazer as crianças lerem em substituição a lição de casa, com leituras selecionadas por elas mesmas, é uma alternativa poderosa”, diz Allington. “Talvez alguns tipos de lição de casa possam aumentar os ganhos acadêmicos, mas esse tipo de lição é incomum em escolas dos EUA.”

Maier diz que os estudantes poderiam selecionar o seu próprio material de leitura e teriam ajuda de professores e bibliotecas escolares. Para as crianças que não têm um adulto em casa para ajudá-las a ler – os mesmo alunos que não tinham um adulto em casa para auxiliá-los com lição de casa tradicional – seriam disponibilizados voluntários, audiolivros e outros recursos.

Maier conta que teve um retorno positivo dos pais e professores, muitos dos quais aplaudiram a decisão, mas alguns são céticos. “Nós precisamos deixar a nossa mensagem clara e explicar por que isso é benéfico”, disse, acrescentando que em breve serão realizadas assembleias para os pais.

Lição de casa tem sido uma questão controversa para educadores e famílias por mais de um século. No final do século XIX, um herói da Guerra Civil Americana que se tornou membro do conselho escolar, Francis Walker, acreditava que lição de casa de matemática prejudicava a saúde das crianças e levou o conselho a bani-la como parte de uma febre nacional contra a lição de casa. A Ladies’ Home Journal, uma revista do período voltada para mulheres, chamou a lição de casa de algo “bárbaro” e muitos educadores disseram que essas tarefas causariam condições nervosas e doenças cardíacas em crianças, que se beneficiariam mais em brincar ao ar livre.

A lição de casa, é claro, passou a ter importância na educação – com crianças de 3 e 4 anos agora participando – e, hoje, defensores dizem que ajuda a fixar informações na memória das crianças e as ensina a estabelecer uma rotina.

O distrito de Marion se juntará a um pequeno grupo de escolas e distritos cujos líderes decidiram trocar a lição de casa tradicional por leitura diária nas primeiras séries. Apesar de não terem resultados definitivos, educadores apontam que as notas em avaliações e outras aprendizagens não foram prejudicadas.

Tradução: Andressa Muniz

Fonte: Gazeta do Povo

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O verdadeiro papel da educação – Edgar Morin


“A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel.”


O filósofo francês Edgar Morin fala sobre um dos temas que o tornou uma influência mundial, a educação. Morin fala sobre a necessidade de estimular o questionamento das crianças, sobre reforma no ensino e sobre a importância da reflexão filosófica não tanto para que respostas sejam encontradas, mas para fomentar a investigação e a pluralidade de possíveis caminhos. Leia abaixo:

O senhor costuma comparar o nosso planeta a uma nave espacial, em que a economia, a ciência, a tecnologia e a política seriam os motores, que atualmente estão danificados. Qual o papel da educação nessa espaçonave?
Ela teria a função de trazer a compreensão e fazer as ligações necessárias para esse sistema funcionar bem. Uso o verbo no condicional porque acho que ela ainda não desempenha esse papel. O problema é que nessa nave os relacionamentos são muito ruins. Desde o convívio entre pais e filhos, cheio de brigas, até as relações internacionais — basta ver o número de guerras que temos. Por isso é preciso lutar para a melhoria dessas relações.

O que é preciso mudar no ensino para que o nosso planeta, ou a nave, entre em órbita?
Um dos principais objetivos da educação é ensinar valores. E esses são incorporados pela criança desde muito cedo. É preciso mostrar a ela como compreender a si mesma para que possa compreender os outros e a humanidade em geral. Os jovens têm de conhecer as particularidades do ser humano e o papel dele na era planetária que vivemos. Por isso a educação ainda não está fazendo sua parte. O sistema educacional não incorpora essas discussões e, pior, fragmenta a realidade, simplifica o complexo, separa o que é inseparável, ignora a multiplicidade e a diversidade.

O senhor então é contra a divisão do saber em várias disciplinas?
As disciplinas como estão estruturadas só servem para isolar os objetos do seu meio e isolar partes de um todo. Eliminam a desordem e as contradições existentes, para dar uma falsa sensação de arrumação. A educação deveria romper com isso mostrando as correlações entre os saberes, a complexidade da vida e dos problemas que hoje existem. Caso contrário, será sempre ineficiente e insuficiente para os cidadãos do futuro.

Na prática, de que forma a compreensão e a condição humana podem estar presentes em um currículo?
Ora, as dúvidas que uma criança tem são praticamente as mesmas dos adultos e dos filósofos. Quem somos, de onde viemos e para que estamos aqui? Tentar responder a essas questões, com certeza, vai instigar a curiosidade dos pequenos e permitir que eles comecem a se localizar no seu espaço, na comunidade, no mundo e a perceber a correlação dos saberes.

Mas uma pergunta como “quem somos?” não é fácil de responder.
E não precisa ser respondida. É a investigação e a pluralidade de possíveis caminhos que tornam o assunto interessante. Podemos ir pelo social, somos indivíduos, pertencentes a determinadas famílias, que estão em certa sociedade, dentro de um mundo que tem passado, história. Todos temos um jeito de ser, um perfil psicológico que também dá outras informações sobre essa questão. Mas também somos seres feitos de células vivas, entramos na biologia—, que são formadas por moléculas,— temos então a química. Todas essas moléculas são constituídas por átomos que vieram de explosões estelares ocorridas há milhões de anos… E assim por diante. Sempre instigando a curiosidade e não a matando, como frequentemente faz a escola.

Como temas tão profundos podem ser tratados sem que a aula fique chata?

É só não deixar enjoativo o que é por natureza passional. Um jornal francês de literatura fez uma pesquisa entre os alunos e descobriu que até os 14 anos os jovens gostam de ler e lêem muito. Quando vão para o liceu, lêem menos. É verdade que eles começam a sair mais de casa e ter outros interesses, mas um dos principais motivos é que os professores tornam a literatura chata, decupando-a em partes pequenas e analisando minuciosamente o seu vocabulário, em vez de dar mais valor ao sentido do texto, à sua ação. Nada mais passional do que um romance, nada tão maravilhoso quanto a poesia! Nada retrata melhor a problemática humana do que as grandes obras literárias. Os saberes não devem assassinar a curiosidade. A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel.

A literatura e as artes deveriam ter mais destaque no ensino?

Sem dúvida. Elas poderiam se constituir em eixos transdisciplinares. Pegue-se Guerra e Paz, de Tolstói, por exemplo. O professor de Literatura pode pedir a seu colega de História para ajudá-lo a situar a obra na história da Rússia. Pode solicitar a um psicólogo, da escola ou não, que converse com a classe sobre as características psicológicas dos personagens e as relações entre eles; a um sociólogo que ajude na compreensão da organização social da época. Toda grande obra de literatura tem a sua dimensão histórica, psicológica, social, filosófica e cada um desses aspectos traz esclarecimentos e informações importantes para o estudante. Todo país tem suas grandes obras e certamente também os clássicos universais servem para esse fim.

O professor deve buscar sempre o trabalho interdisciplinar?
Ele deve ter consciência da importância de sua disciplina, mas precisa perceber também que, com a iluminação de outros olhares, vai ficar muito mais interessante. O professor pode procurar ter essa cultura menos especializada, enquanto não existir uma mudança na formação e na organização dos saberes. O professor de Literatura precisa conhecer um pouco de história e de psicologia, assim como o de Matemática e o de Física necessitam de uma formação literária. Hoje existe um abismo entre as humanidades e as ciências, o que é grave para as duas. Somente uma comunicação entre elas vai propiciar o nascimento de uma nova cultura, e essa, sim, deverá perpassar a formação de todos os profissionais.

Como o professor vai aprender a trabalhar de forma conjunta?
Ele vai se autoformar quando começar a escutar os alunos, que são os porta-vozes de nossa época. Se há desinteresse da classe, ele precisa saber o porquê. É dessa postura de diálogo que as novas necessidades de ensino vão surgir. Ao professor cabe atendê-las.

Como acontece uma grande reforma educacional?
Nenhuma mudança é feita de uma só vez. Não adianta um ministro querer revolucionar a escola se os espíritos não estiverem preparados. A reforma vai começar por uma minoria que sente necessidade de mudar. É preciso começar por experiências pilotos, em uma sala de aula, uma escola ou uma universidade em que novas técnicas e metodologias sejam utilizadas e onde os saberes necessários para uma educação do futuro componham o currículo. Teríamos, desde o começo da escolarização, temas como a compreensão humana; a época planetária, em que se buscaria entender o nosso tempo, nossos dilemas e nossos desafios; o estudo da condição humana em seus aspectos biológicos, físicos, culturais, sociais e psíquicos. Dessa forma começaríamos a progredir e finalmente a mudar.

Como tratar temas tão profundos como o estudo da condição humana nos diversos níveis de ensino?
Os professores polivalentes da escola primária são os ideais para tratar desses assuntos. Por não serem especialistas, têm uma visão mais ampla dos saberes. Eles podem partir da problemática do estudante e fazer um programa de ensino cheio de questões que partissem do ser humano. O polivalente pode mostrar aos pequenos como se produz a cultura da televisão e do videogame na qual eles estão imersos desde muito cedo. Já a escola que trabalha com os jovens deve dedicar-se à aprendizagem do diálogo entre as culturas humanísticas e científicas. É o momento ideal para o aluno conhecer a história de sua nação, situar-se no futuro de seu continente e da humanidade. Às universidades caberia a reforma do pensamento, para permitir o uso integral da inteligência.

Fonte: Revista Nova Escola | Fronteiras do Pensamento

Saiba mais sobre Edgar Morin:
Edgar Morin – (artigos, conferências e entrevista)

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Conaler 2017 abre inscrições


Já estão abertas as inscrições para o Conaler, o 2º Congresso Nacional de Leitura 100% online e 100% gratuito, que vai reunir, durante uma semana, grandes especialistas do Brasil e do exterior. O evento (que, em 2016, teve 5.668 participantes) começa no Dia Nacional do Livro, dia 20/10. A programação será anunciada na próxima semana.

Na primeira edição, foram 17 h 3 min e 14 seg de conteúdo em 37 conferências, palestras e saraus literários, com mais de 9 mil interações online entre os convidados e o público. As inscrições são gratuitas, mas as vagas são limitadas. No ano passado, elas esgotaram-se em poucos dias e a organizadora, a Fundação Observatório do Livro e da Leitura, precisou abrir um novo auditório virtual para comportar os inscritos da segunda leva.

Para se inscrever, basta acessar www.conaler.org.br.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Irmãos distribuem livros em escolas e comunidades pobres do país

Sara Ferrari - Veja SP - 06/10/2017


Quando eram crianças, o estudante de engenharia Mateus Foz Caltabiano, de 19 anos, e sua irmã, Maria, 17, costumavam doar roupas e brinquedos a pessoas carentes, incentivados pelos pais. Em 2013, tiveram uma ideia diferente: arrecadar livros com amigos e conhecidos. A ação foi um sucesso. “Conseguimos 5 000 exemplares, que abarrotaram uma sala inteira de nossa casa”, conta o garoto.

Para fazer a distribuição, os dois embarcaram, com a família, para o Maranhão. “Elegemos esse destino porque é o estado com um dos menores índices de desenvolvimento humano do país”, explica o rapaz. Eles pagaram a viagem com recursos próprios. Foram 37 dias de expedição, passando por comunidades quilombolas, aldeias indígenas e regiões ribeirinhas.

Encantados com a experiência, os irmãos decidiram criar, em 2014, a lêComigo, organização sem fins lucrativos que fornece livros a bairros pobres e escolas públicas pelo Brasil. Boa parte das obras é arrecadada em eventos promovidos pela Organização da Sociedade Civil (OSC).

Em quase três anos de trabalho, foram distribuídos 18 000 títulos infanto-juvenis em estados como Amazonas e Tocantins. Cada local recebe um kit com cerca de 170 exemplares. A dupla faz a entrega pessoalmente, em geral durante as férias escolares, e paga do próprio bolso as despesas, incluindo transporte e estada. O valor pode chegar a 3 000 reais para cada um, dependendo da cidade escolhida.

“Nossa biblioteca era muito pobre”, conta Sheila Ferraz, 37, supervisora pedagógica de uma escola de Jacinto, em Minas Gerais. “Quando os alunos receberam o presente, foi uma festa.” Em São Paulo, dezenas de instituições estaduais de ensino, em bairros como penha, na Zona leste, e Capão Redondo, na Zona sul, já foram contempladas.

Agora, os jovens planejam obter patrocinadores para ampliar o número de pessoas atendidas. “Sempre fui apaixonada pela leitura, e é gratificante poder dividir isso com quem tem menos recursos”, afirma Maria. “Essa trajetória me deixou muito mais comprometido com o meu país”, completa Mateus.




sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Campanha de valorização à leitura transforma personalidades em personagens de clássicos da literatura

O Sindicato Nacional dos Editores de Livros lança este mês uma campanha para promover a valorização ao livro no Brasil e o papel transformador da leitura na sociedade. Responsável pela organização da Bienal Internacional do Livro Rio há mais de três décadas ao lado da Fagga | GL events Exhibitions, o SNEL escolheu o evento que acontece de 31 de agosto a 10 de setembro no Riocentro para a estreia da ação – a primeira realizada pela entidade em âmbito nacional.

Intitulada “LEIA.SEJA.”, a campanha foi criada pela WMcCann e é estrelada por um time de personalidades do esporte, das artes cênicas, da música e da comunicação, convidadas a incorporar personagens icônicos da literatura brasileira e mundial.

Escolhidos por sua paixão pelos livros e pela leitura, o técnico de vôlei Bernardinho se vestiu de Capitão Rodrigo, de “O tempo e o vento”, de Érico Veríssimo; o publicitário Washington Olivetto e a cantora Baby do Brasil fizeram Visconde de Sabugosa e Emília, da coleção “Reinações de Narizinho”, de Monteiro Lobato; a apresentadora Bela Gil virou a Capitu de “Dom Casmurro”, de Machado de Assis; o ator Cauã Reymond se fantasiou do protagonista de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes; e o jornalista Pedro Bial aparece como o detetive de “As aventuras de Sherlock Holmes”, de Sir Conan Doyle.











O conceito desenvolvido pela agência parte da ideia de que, quando lemos, nos tornamos parte da história – ler estimula a imaginação, a criatividade e a inspiração; faz rir e chorar, refletir e viajar. Na campanha, as personalidades dão vida aos personagens, lendo trechos dos títulos escolhidos. Assim que fecham os livros, voltam a ser eles mesmos, com o semblante transformado pelo prazer e a reflexão que uma boa leitura oferece.

“O Brasil precisa com urgência de uma revolução de cidadania e ética, e acreditamos que a leitura tem um papel fundamental a desempenhar nessas áreas. A campanha ‘LEIA.SEJA.’ quer mostrar exemplos de pessoas reconhecidas pelo público em geral, que tiveram suas trajetórias marcadas pelos livros de diferentes maneiras”, afirma Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros. “Nosso desejo é que essa ação reverbere pelos meses seguintes, estimulando o hábito da leitura ao redor do país e propondo uma conscientização sobre o seu valor”, completa.

“Quem trabalha numa atividade que depende de imaginação, criatividade e inspiração, como a publicidade, deveria pagar para criar uma campanha dessas. Foi um privilégio termos sido os escolhidos pelo SNEL.” afirma Washington Olivetto, Chairman e CCO da WMcCann.

O grupo foi fotografado por Miro, um dos mais consagrados fotógrafos brasileiros, em cenários que remetem às obras. As imagens serão utilizadas em anúncios impressos, outdoors, mídia urbana Out Of Home (OOH) e mídia digital, espalhados por diversas partes do país.

O lançamento oficial da campanha acontece na cerimônia de abertura da 18ª Bienal Internacional do Livro do Rio, no Rio de Janeiro, no dia 31 de agosto, quando haverá a transmissão de um filme sobre a campanha.

Ao longo de todo o evento, o público poderá conferir uma exposição das fotos dos personagens, que estarão acompanhadas de vídeos com o making of e depoimentos das personalidades sobre a influência dos livros em suas vidas pessoais e profissionais. Além disso, modelos circularão pelos pavilhões da Bienal com os trajes que foram usados pelas celebridades, divulgando a campanha entre os visitantes.

Fonte: WMcCann

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

O Diário de Anne Frank ganha versão em quadrinhos feita por israelenses


Diogo Bercito - Folha de S.Paulo - 08/09/2017

No mesmo ano em que passeatas racistas ocorreram nos EUA, com arroubos de antissemitismo, Anne Frank (1929-45) voltará às prateleiras.

Seu diário, um dos registros mais conhecidos do Holocausto, será transformado em história em quadrinhos.

O livro foi apresentado em Paris nesta quinta-feira (7), 70 anos após a publicação do original. O gibi será lançado em 50 países. No Brasil, o título será distribuído em 2 de outubro pela editora Record.

A adaptação foi feita por dois israelenses, o ilustrador David Polonsky e o cineasta Ari Folman. A dupla já havia trabalhado junta no filme “Valsa com Bashir” (2008), sobre a guerra no Líbano.

Folman, um filho de sobreviventes do Holocausto, trabalha simultaneamente em uma adaptação do diário para um filme de animação.

A dupla inicialmente rejeitou a oferta de trabalhar com o clássico de Anne Frank, a partir do qual tantos outros produtos culturais já tinham sido lançados, como filmes, mangás e musicais.

Polonsky e Folman foram convencidos mais tarde pela importância da história. Os últimos sobreviventes do Holocausto vêm morrendo e, com eles, seus relatos. Mas o antissemitismo persiste.

A alemã Anne Frank testemunhou a ocupação nazista da Holanda durante a Segunda Guerra (1939-1945).

Naquela década, judeus foram detidos, enviados a campos de concentração e sistematicamente assassinados —fuzilados, cremados, asfixiados em câmaras de gás (“talvez seja o modo mais rápido de morrer”, ela escreveu). Estima-se que 6 milhões de judeus tenham sido mortos.

Anne Frank viveu essa história de 1942 a 1944, escondida com a família no anexo de um apartamento em Amsterdã, confidenciando a um diário ao qual chamava de Kitty (“você será minha melhor amiga, como nunca tive na vida”). Estão ali os detalhes banais de seu cotidiano, como as brigas com a irmã, mas o livro registra também as angústias de uma garota vivendo a violência do nazismo.

Anne Frank dorme mal, e sonha em repetidas noites com o futuro nas mãos do regime de Adolf Hitler. Sua família foi capturada em 1944, e ela morreu em abril de 1945, no campo de concentração de Bergen-Belsen, Alemanha.

O texto foi descoberto, editado e lançado em 1947 por Otto, seu pai e único sobrevivente da família, que criou uma fundação com o nome da filha. Ativa ainda hoje, a fundação, aprovou a adaptação do diário aos quadrinhos. Em outras ocasiões, a entidade recusou sua chancela por preocupação com a fidelidade histórica de novas versões.

Não são abundantes as boas adaptações literárias para gibis, e neste caso havia o agravante de se tratar de um diário, formato pouco visual. Mas a HQ de “Diário de Anne Frank” faz jus ao original.

O texto foi reduzido pelos artistas israelenses e transformado em ilustrações, mas não perdeu o frescor da perspectiva de uma criança —ela tinha 15 anos ao morrer— diante das atrocidades que marcaram o século 20.

Ao jantar, Anne Frank ouve a notícia de que a princesa Juliana espera um bebê e se imagina no meio de uma fanfarra. As ilustrações acompanham o sonho.

Mas, na cama, “os maus pensamentos se insinuam”, ela escreve. E os artistas desenham Anne Frank deitada em cima de um Exército enquanto um trem e um furgão passam carregando detentos, engolidos pela fumaça.


Fonte: Blog do Galeno


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Menina que sofria bullying por amar insetos publicou artigo científico

Galileu - 20/09/2017



Sophia Spencer, 8, e o pesquisador Morgan Jackson: a história da menina ficou famosa após sua mãe pedir ajuda para entomologistas no Twitter.

A amante de insetos Sophia Spencer, de 8 anos, publicou um artigo científico com ajuda do pesquisador Morgan Jackson e da Sociedade Entomológica do Canadá (ESC). Isso ocorreu porque a menina sofria bullying dos colegas de escola por gostar muito desse bichinhos, até que sua mãe resolveu mandar uma carta para o instituto.

No texto, a mulher explicava a situação de Sophia e pedia ajuda para encorajar a filha a continuar com seu amor por insetos e até seguir uma carreira na área: “Se alguém pudesse conversar com ela só por cinco minutos, ou quem não se importasse em ser um correspondente dela, eu apreciaria muito”.

A Sociedade acabou vendo a carta e a publicando em seu Twitter, o que gerou grande repercussão e a criação da tag #BugsR4Girls (#InsetosSãoParaGarotas). Logo a história ficou famosa e ela começou a receber mensagens de carinho e incentivo de todo o mundo, e foi daí que partiu o convite de Morgan Jackson.

O pesquisador fez uma análise do impacto da história da menina em uma edição especial do Annals of the Entomological Society of America e convidou Sophia para escrever uma parte do texto. O artigo detalha como o tweet e a tag contribuíram para a comunicação científica e a percepção pública de entomologia e, como estudo de caso, também resume várias lições úteis de mídia social para outros comunicadores científicos.

Na parte em que escreveu, a menina conta que adora lesmas, centopéias e caracóis, mas que seus insetos preferidos são sem dúvidas os saltadores e que quer ser uma etomologista quando crescer, provavelmente para estudar gafanhotos. “Fiquei feliz em ter tantas pessoas me apoiando e foi legal ver outras meninas e adultos estudando insetos. Acho que outras garotas que viram minha história também gostarão de estudar esses animais”, relata Sophia.

Depois disso a menina está mais confiante e não sofre mais com os colegas que, hoje, fazem questão de conversar sobre o assunto com ela: “Agora tenho um microscópio que alguém me enviou, e quando o levo para a escola sempre que as crianças encontram um inseto vêm e me dizem e dizem ‘Sophia, Sophia, encontramos um inseto!'”.

(Com informações de Science Alert.)