Leia sempre, a leitura transforma.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Jovens, blogueiras e apaixonadas por livros e leitores

acritica.com - 25/01/2015

Muitas pesquisas apontam que o índice de leitura do brasileiro é de quatro livros por ano. Mas se excluídas as obras indicadas por escolas e faculdades, ou seja, quando considerada apenas a leitura espontânea, chega-se ao baixíssimo índice de pouco mais de um livro por ano por pessoa. Porém existe aquela minoria que não se encaixa nessa realidade. E não bastasse o amor pela leitura, resolveram passar para “o outro lado”: se tornaram escritores e conseguiram lançar as próprias obras.

“Lembro que, desde pequena, já gostava muito de ler. Ganhava meu dia quando me presenteavam com aqueles livrinhos infantis que têm mais figuras que texto. Uma vez, ganhei o livro baseado no filme da Disney “A Bela e a Fera”, que eu já amava. E esse tinha mais texto do que figuras e foi um desafio ler ‘tuuuuudo’ aquilo. Mas, daí, me encantei com aquele mundo que eu mesma criava na minha imaginação; já nem olhava as imagens, apenas imaginava”, diz Marcia Luisa Bastilho Gonçalves, 23.

Natural de Santana do Livramento (RS), a jovem universitária do quinto período de Letras se declarou uma “viciada em livros” e chega a ler até 200 por ano. Aos dez anos, ela “descobriu” a biblioteca da escola onde estudava e se deslumbrou com a história de “Harry Potter”, os poemas de Cecília Meireles e Ferreira Gullar, e as peças de Shakespeare. “Mas o meu livro preferido, até hoje, é “Os Miseráveis”, de Victor Hugo”, afirma, ao ressaltar que ele foi a inspiração para se arriscar na arte de escrever.

“Tenho certeza absoluta que comecei a escrever por causa desse livro. Lembro que peguei a versão escolar – mais fininho e com linguagem mais ‘acessível’ – na sexta-feira. E, no sábado à tarde, já estava acabando de ler. Quando me dei conta que estava chorando, fechei o livro após a última frase e disse baixinho para mim mesma: ‘É isso. É isso que eu quero fazer’. Me referia a fazer alguém chorar, ser tocado com as palavras escritas por mim, deixar de ver a personagem para vê-la como pessoa. Como real”, completa Marcia.

Após essa “epifania literária”, a gaúcha se dedicou a escrever pequenos contos, poemas e histórias. Sempre em meio aos livros, a blogueira se encontrou na Internet. “Aos 14 anos, meu vício literário ‘piorou’. Conheci outro mundo mágico: dos PDFs, fanfics [ficção criada por fãs] e comunidades do Orkut. Foi quando cheguei a ler mais de 200 livros em um ano”, diz.

Paixão virou trilogia

Com o “boom” do vampirismo em livros, filmes e séries, a universitária mergulhou de cabeça nas histórias de fantasia. “Cinema e literatura sempre andam juntos. Tudo que era de vampiro, eu corria atrás. Então, me deparei com um filme realmente ruim, enredo previsível e efeitos visuais precários... E tive outra epifania. Pensei: ‘se eu gosto tanto de vampiro, por que eu mesma não escrevo um filme?’. Foi nessa época que me veio a história ‘The Burns’, minha série de livros de vampiros”, declara.

Três anos depois, ela lançou a primeira obra da série, “Chamas de Sangue”, em 2011. A continuação, “Cidade em Chamas”, chegou às livrarias 12 meses depois. Ambos publicados pela editora Literata, selo da Arwen. “Agora, estou escrevendo o terceiro: ‘Fugindo das Chamas’. Acredito que qualquer escritor tem que ser leitor. Amar tanto imaginar que, ao ler um livro, crie suas próprias imagens, não se contente em apenas viver em um mundo inventado por alguém; e, sim, criar um completamente novo”, suspira.

Leitura precoce

Enquanto a maioria das crianças cresce em meio a brinquedos, Barbara Dewet, 28, foi rodeada por literatura. Filha de professora e de um músico, sempre ganhou livros de presente. Aos três anos de idade aprendeu a ler sozinha e devorou “Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda”. “As pessoas custam a acreditar. Acabei aprendendo a identificar letras e palavras sem a ajuda de ninguém e isso me ajudou muito a ser uma leitora voraz por anos a fio. Li sozinha, sentada em um quarto de brinquedos que eu e minha irmã dividíamos”, lembra.

Enquanto os coleguinhas corriam pelo playground, Babi Dewet, como é conhecida no cenário literário, se dedicava aos cadernos, canetas, giz de cera e brincadeiras de escolinha. “Meu livro favorito quando criança era ‘O Mundo de Sofia’ que, hoje em dia, não é comum na leitura das crianças. Mas eu adorava, junto com alguns do Paulo Coelho e outros autores”, revela a escritora, professora e administradora.

Após descobrir a série “Harry Potter” na adolescência, a carioca foi apresentada às fanfics e começou a compartilhar as próprias histórias, guardadas em cadernos, com outros fãs online. Desde então, pegou o “gosto” pela escrita e desistiu de contar a quantidade de livros lidos. “Decidi lançar meu próprio livro, baseado em uma fanfic, em 2009. Assim, minha vida como escritora começou de verdade. Hoje, tenho três livros lançados: a trilogia “Sábado à Noite”. E muitos projetos para esse ano”, conclui Babi.

‘Caminho natural’

Aos 22 anos, a também carioca Iris Figueiredo já lançou dos livros — “Dividindo o mel” e “Confissões de uma adolescente online” — e a série “Amores Proibidos”. “A leitura sempre esteve presente em minha vida, já que meus pais também são amantes de livros. Em um ano, cheguei a ler uma média de cem livros. Hoje em dia, com o ritmo corrido, me mantenho entre 50 ou 60 por ano, mas ainda é bem mais que a média nacional, quatro. Costumo brincar que leio por muitas outras pessoas”, declara.

A autora sempre teve vontade de escrever e, aos 14 anos, publicava alguns textos na Internet. “Foi um caminho natural. A Iris escritora sempre andou ao lado da Iris leitora. Terminei meu primeiro livro aos 17 anos, mas publiquei apenas aos 19, por causa da agenda da editora. Foi uma emoção incrível. Este ano, lanço o terceiro e já estou escrevendo o quarto. Não pretendo parar tão cedo”, ressalta.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Quem quer ganhar U$ 500 mil?



Clickdeia

Basta desvendar o mistério do livro para faturar o prêmio

Um livro, 12 linhagens, e aventuras, muitas aventuras. É isso o que promete o novo projeto editorial do escritor americano James Frey. Parece comum? Um livro como qualquer outro? Mas não é, há um detalhe, digamos, bem “original” nessa grande história: um prêmio de U$ 500 mil para o primeiro leitor que desvendar o mistério arquitetado pela trama, que terá três volumes.

O romance de Frey foi lançado há algumas semanas, simultaneamente em 30 países, incluindo o Brasil. Fã declarado de autores consagrados, como Alexandre Dumas (autor de O Conde de Monte Cristo), Frey assume que essa empreitada tem caráter comercial, ou seja, o objetivo é lucrar e faturar muito dinheiro. Entretanto, o autor anuncia que essa sua obra é “um romance do século XXI”, ou seja, uma narrativa eletrizante, que pretende “prender” o leitor do início ao fim – além, é claro, de incentivá-lo a descobrir os segredos e mistérios para, assim, faturar o polpudo prêmio. Frey ainda proclama que seu livro promete tirar os leitores do tédio e vai se tornar uma obra para ser lida a qualquer hora, um verdadeiro “livro de cabeceira”. Ele ainda ressalta que o mistério a ser solucionado é “extremamente difícil” — a editora calcula que, na melhor das hipóteses, os corajosos dispostos a desvendar o enigma devem levar cerca de nove meses e que não há um perfil definido de leitores mais “aptos” para fazer isso. Em uma entrevista concedida a um conhecido portal de notícias, o autor declarou: “Não me importa os motivos que levarão as pessoas a ler meu livro, desde que o leiam e desfrutem da história”.

Esse projeto ambicioso tem patrocínio de gigantes do mundo da mídia, como o Google e a 20th Century Fox. Audacioso, o “fenômeno” — como está sendo chamado o livro e toda empreitada em torno dele — envolve ainda um filme, um jogo de videogame, além de ajuda via geolocalização e mais de 50 contas em redes sociais para que os leitores possam seguir a aventura dos personagens de Endgame e se enredar com as aventuras propostas pelo autor — e, quem sabe, ter chances para disputar o prêmio (que já está levantando polêmica por aí). Será que o leitor vai se tornar um “caçador de recompensas”? Será que essa iniciativa vai promover uma nova onda de “leituras premiadas”? É preciso aguardar para saber que fim levará o livro e todo esse projeto.

Mesmo com toda essa produção, Frey garante que deseja simplesmente prender o leitor, envolvê-lo com uma narrativa impactante e apaixonante, como aquelas que nos conquistam quando somos crianças. O americano disse que, no fundo, Endgame é uma história com enredo e personagens que prenderão o leitor, fazendo com que este se assuste, sofra, se emocione.

E você? Vai topar essa empreitada? Que os livros nos conquistam, já sabemos. Mas “correr o risco” de ganhar um prêmio desse valor pode ser um incentivo a mais, não é? Agora é pagar para ver, ou melhor, pagar para ler...




sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Adolescente cearense é best seller em vários países

G1 - 16/11/2014

Após sucesso de venda no Brasil, o escritor cearense Gabriel Damasceno, de 16 anos, entra na lista de mais vendidos do site Amazon em vários países. O romance Nita Cairu e a espada de Gohayó aparece neste domingo como o livro infanto-juvenil mais vendido na Amazon na Itália, em segundo lugar no ranking de best sellers do Canadá, 12º nos Estados Unidos e 41º na Alemanha.

"Chequei minha conta na Amazon e vi que estava dólar, euro... eu pensei 'Valha-me, de onde está vindo esse dinheiro?'. E só depois vi a lista dos mais vendidos nos outros países e vi meu livro na lista dos mais vendidos", relata Gabriel.

Com as vendas em alta e repercussão na imprensa, Gabriel diz que começa a receber propostas de editoras e convites para o lançamento da obra. Neste mês ele estará em Fortaleza (18 de novembro, no Shopping Iguatemi), Quixelô (19), Quixadá (21) e em Quixeramobim (28) para sessão de autógrafo. Ele também já recebeu convite para o lançamento de Nita Cairu na Bienal do Livro de Fortaleza, em 2014, no Maranhão.

O romance é inspirado nas aulas de história do Brasil colonial, após a chegada dos portugueses ao território nacional. Nita Cairu une fatos e personagens históricos com aventura e romance fictícios.

“Nas aulas de história, me interessei bastante pelo assunto do Brasil colonial e estudei tudo o que podia. Como me aprofundei muito no assunto, achei que podia contar a história de uma forma agradável”, relata o escritor.

A personagem que dá título ao livro é uma adolescente da idade do escritor que teve a família assassinada em um ataque português. Após viver um tempo sozinha, ela se torna um vértice de um triângulo amoroso com um português e um índio.

Damasceno diz que fez questão de manter alguns fatos fiéis à história brasileira, mas não podia deixar de acrescentar um toque de inventividade. “Há um personagem, o Martin Afonso, que é idolatrado na primeira vila colonial do Brasil, da mesma forma como no livro, mas alterei a personalidade dele para dar aventura à minha história”, diz.

Trilogia
Inspirado em dois grandes sucessos mundiais da literatura infanto-juvenil, Harry Potter e Percy Jackson, Damasceno criou seu romance em formato de trilogia. O primeiro livro foi lançado no dia do aniversário de sua mãe, 24 de julho deste ano; as continuações já têm data de lançamento marcada: o próprio aniversário, 11 de março; e o dia de nascimento do pai, 9 de outubro.

“Quando pensei na história, pensei muito nos livros que gostei. Ele se encaixa muito bem no formato de trilogia, porque fica o mistério do sumiço de um espada sagrada, espada de Gohayó, no primeiro livro. Também tem a questão do marketing, não posso negar. Com três livros, espero ter uma boa repercussão em cada lançamento”, diz.