Pela primeira vez os docentes aparecem no topo da
lista; antes, as mães eram as figuras mais lembradas
30 de julho de 2012 | 3h 07
Se o País quiser melhorar o
índice de leitura dos seus habitantes, é fundamental investir na capacitação do
professor para esse fim. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo
Instituto Pró-Livro no ano passado, mostrou que os professores são os maiores
influenciadores desse hábito. Entre as 5 mil pessoas ouvidas em todo o Brasil,
45% apontaram os mestres como tal.
Essa foi a terceira pesquisa da
série (iniciada em 2001) e, pela primeira vez, os docentes aparecem no topo da
lista. No levantamento anterior, feito em 2007, as mães eram a figura mais
lembrada nesse quesito. Elas apareciam com 49% das indicações, ante 33% dos
professores. Dessa vez, tiveram dois pontos porcentuais a menos que eles: 43%.
"Isso mostra a crescente
importância da escola frente ao papel dos pais, que muitas vezes não conseguem
dar esse exemplo", afirma Karine Pansa, presidente do Instituto Pró-Livro.
"Logo, se tem esse status de influenciador, o professor precisa ser
letrado, gostar de ler."
No Brasil, no entanto, muita
gente ainda corre dos livros. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 50%
dos brasileiros são considerados leitores - segundo a metodologia, pessoas que
leram pelo menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da
pesquisa. É um índice menor que os 55% registrados em 2007.
Nesses quatro anos, o número de
livros lidos por ano também caiu de 4,7 para 4. A queda pode ser entendida pela
preferência das atividades de lazer. Em 2011, 28% disseram gostar de ler
jornais, revistas, livros e textos na internet no tempo livre. O porcentual era
de 36% na pesquisa anterior, em 2007. Enquanto isso, o índice de quem gosta de
assistir à TV subiu de 77% para 85%.
"Estamos muito longe de
alcançarmos países historicamente leitores, como Espanha e Portugal, que registram
10,3 e 8,5 livros/ano por habitante, respectivamente", diz Karen. No
Brasil, são os livros didáticos, lidos por obrigação, os campeões.
Biblioteca. Um antídoto para isso, explica Karen, é exatamente o estímulo à
biblioteca, equipamento ainda em desuso por aqui. "Precisamos ter
estratégias. O público vai se interessar por um acervo bem catalogado, que
tenha os livros mais vendidos, uma estante de obras que sempre se renove",
diz.
A pesquisa mostrou que 75% da
população não frequenta uma biblioteca. Dentre os que frequentam, a maioria
(71%) considera o espaço um lugar para estudar; para 61% é um lugar para
pesquisa; em seguida, aparece como um ambiente voltado para estudantes para 28%
dos entrevistados; e, em quarto, com 17%, a biblioteca é apontada como um local
para emprestar livros de literatura.
"Isso nos leva a pensar que se
deve estabelecer modelos mais atrativos, com internet e filmes, por exemplo. E
eu não acho que isso vá tirar o foco do local. Pelo contrário, serve de isca. A
pessoa entra sem pensar no livro e sai de lá apaixonada por literatura."
a leitura é um mundo mágico, onde podemos viajar em nossa imaginação basta entender o verdadeiro sentido das palavras.
ResponderExcluirAngélica Nunes