Um brasileiro entre os melhores ilustradores do mundo
O ilustrador Roger Mello ganha o Prêmio Christian Andersen de 2014
24/03/2014
O ilustrador Roger Mello ganha o Prêmio Christian Andersen de 2014
24/03/2014
Texto Beatriz Santomauro
Foto: Divulgação
Ilustração presente no livro "Meninos do Mangue"
Roger Mello foi o vencedor do Prêmio Christian Andersen de 2014, um dos principais reconhecimentos do mundo para os profissionais da literatura infantil. Roger estava entre os seis ilustradores finalistas do prêmio pela terceira vez, foi o único brasileiro da lista e o único nome não-europeu. O prêmio foi anunciado hoje na Feira de Livros Infantis em Bolonha, na Itália.
Os jurados justificaram a escolha de Roger dizendo que ele explora a história e a cultura do Brasil sem subestimar a habilidade infantil de reconhecer e decodificar os fenômenos culturais e as imagens. Ainda afirmaram que suas imagens promovem tolerância, respeito para as tradições e culturas do mundo. Nada mal, hein? E o seu sucesso não é de agora.
Nascido em Brasília e morador de Rio de Janeiro desde o período em que cursou a faculdade de desenho industrial, é ilustrador desde 1988. Vencedor de diversos prêmios na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), além de nove Prêmios Jabutis, ainda encontra tempo para se dedicar à escrita de peças de teatro.
Tem livros publicados na China, França, Bélgica, México e Argentina. Muito gentilmente e direto da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha pouco antes de se sair vencedor, falou aos leitores do Educar Para Crescer.1) Você ilustra, mas também escreve muitos de seus livros. Qual a diferença entre produzir uma coisa e outra?
Os jurados justificaram a escolha de Roger dizendo que ele explora a história e a cultura do Brasil sem subestimar a habilidade infantil de reconhecer e decodificar os fenômenos culturais e as imagens. Ainda afirmaram que suas imagens promovem tolerância, respeito para as tradições e culturas do mundo. Nada mal, hein? E o seu sucesso não é de agora.
Nascido em Brasília e morador de Rio de Janeiro desde o período em que cursou a faculdade de desenho industrial, é ilustrador desde 1988. Vencedor de diversos prêmios na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), além de nove Prêmios Jabutis, ainda encontra tempo para se dedicar à escrita de peças de teatro.
Tem livros publicados na China, França, Bélgica, México e Argentina. Muito gentilmente e direto da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha pouco antes de se sair vencedor, falou aos leitores do Educar Para Crescer.1) Você ilustra, mas também escreve muitos de seus livros. Qual a diferença entre produzir uma coisa e outra?
Roger Mello : Não vejo tanto limite entre o que é escrito e o que tem imagem. Aliás, costumo dizer que quase confundo uma coisa e outra. Gosto muito de escrever, de ler e de desenhar, e esses elementos aparecem sempre juntos no meu processo de criação. Às vezes faço um livro e tiro as palavras, deixando só imagens. E às vezes é o contrário. O texto, com suas serifas e formas, também constitui pra mim uma imagem.
2) Você é ganhador de diversos prêmios e circula muito pelo exterior. Nas suas andanças pelo mundo e no contato com outros ilustradores, o que aprende com eles?
Roger Mello: Aprendo muito! Percebo que embora apareçam questões diferentes, há angústias em comum. O que importa para mim é perceber as semelhanças e ver que o ser humano é o que prevalece em qualquer lugar.
3) Como é o contato com seu público, pais e filhos leitores?
Roger Mello: Eu tenho contato com eles em feiras de livros e em escolas. As crianças falam tudo e, quanto mais você derruba os obstáculos, mais elas falam. Dizem o que incomoda, tem frases criativas, autorais, e trazem sugestões incríveis.
4) Quais características você identifica nos livros infantis brasileiros de qualidade?
Roger Mello: Acredito que um traço marcante do livro para criança feito no Brasil é ele ser muito experimental - muito mais do que os feitos para adultos. E não é só experimental na parte gráfica, mas também procura ser fora do padrão no texto. E como a criança é sempre inovadora, isso é uma grande vantagem.
5) Como se incentiva uma criança a ler e escrever?
Roger Mello: Eu digo pela minha experiência: se o livro é um objeto que faz parte do cotidiano da casa, seja lá qual for a forma pela qual a família está organizada, a criança vai ler naturalmente. Às vezes, nós adultos não lemos e insistimos para que a criança leia. Mas muito mais eficiente é mostrar que o livro envolve de fato: que te faz ir a outro lugar, que te motiva, que te leva longe. Assim, a criança primeiro repete seu gesto e depois vê que o objeto como sendo mesmo fundamental. Por fim, acho que a leitura para crianças não deve ser vista como uma etapa para a leitura adulta. Ela é importante em si.
2) Você é ganhador de diversos prêmios e circula muito pelo exterior. Nas suas andanças pelo mundo e no contato com outros ilustradores, o que aprende com eles?
Roger Mello: Aprendo muito! Percebo que embora apareçam questões diferentes, há angústias em comum. O que importa para mim é perceber as semelhanças e ver que o ser humano é o que prevalece em qualquer lugar.
3) Como é o contato com seu público, pais e filhos leitores?
Roger Mello: Eu tenho contato com eles em feiras de livros e em escolas. As crianças falam tudo e, quanto mais você derruba os obstáculos, mais elas falam. Dizem o que incomoda, tem frases criativas, autorais, e trazem sugestões incríveis.
4) Quais características você identifica nos livros infantis brasileiros de qualidade?
Roger Mello: Acredito que um traço marcante do livro para criança feito no Brasil é ele ser muito experimental - muito mais do que os feitos para adultos. E não é só experimental na parte gráfica, mas também procura ser fora do padrão no texto. E como a criança é sempre inovadora, isso é uma grande vantagem.
5) Como se incentiva uma criança a ler e escrever?
Roger Mello: Eu digo pela minha experiência: se o livro é um objeto que faz parte do cotidiano da casa, seja lá qual for a forma pela qual a família está organizada, a criança vai ler naturalmente. Às vezes, nós adultos não lemos e insistimos para que a criança leia. Mas muito mais eficiente é mostrar que o livro envolve de fato: que te faz ir a outro lugar, que te motiva, que te leva longe. Assim, a criança primeiro repete seu gesto e depois vê que o objeto como sendo mesmo fundamental. Por fim, acho que a leitura para crianças não deve ser vista como uma etapa para a leitura adulta. Ela é importante em si.
6) Qual recado você gostaria de dar aos leitores do Educar?
Roger Mello: Acredito que seria importante uma valorização da leitura da imagem, que guarda tanta informação mas que não é tão valorizada. Ao aproximar a criança da leitura da imagem ela vai se tornar feliz e livre, com pensamentos mais soltos. Vai crescer um adulto com força e possibilidades de enfrentar do mundo.
Roger Mello: Acredito que seria importante uma valorização da leitura da imagem, que guarda tanta informação mas que não é tão valorizada. Ao aproximar a criança da leitura da imagem ela vai se tornar feliz e livre, com pensamentos mais soltos. Vai crescer um adulto com força e possibilidades de enfrentar do mundo.
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