Como somos transportados por histórias que sabemos serem falsas?
O fenômeno todos conhecem: sentir-se tomado por uma narrativa e preso em uma história literária, de tal forma que tudo o que está em volta é esquecido. Trata-se de uma experiência muito familiar para quem está acostumado com o hábito da leitura. Esse fenômeno, chamado “transportation” (palavra inglesa que significa “transporte”), já foi objeto de estudo de muitos pesquisadores em ciências cognitivas.
Prof. Jim Davies, do Instituto de Ciência Cognitiva da Carleton University (Canadá), argumenta que perder-se em um bom livro é como ser tomado por devaneios de nosso próprio sonho. Trata-se de um ato de imaginação através do qual simulamos eventos e experiências como se estivéssemos de fato numa realidade virtual. Na leitura de um livro, ao invés de navegar em nossos próprios caminhos, somos guiados pelo texto: o leitor é absorvido em um mundo criado pelo autor do texto e desenvolvido pelo poder de imaginação do leitor.
O transportation não é um objeto de pesquisa muito simples. Manipulá-lo, por exemplo, é uma tarefa muito diferente do que os físicos fazem com a temperatura da água ou os biólogos fazem com o ciclo de vida dos peixes. Para conseguir estudar otransportation cientificamente, Melanie Green e Timothy Brock, da Ohio State University (Estados Unidos), criaram uma escala com 15 declarações sobre o quanto uma história afeta emocionalmente o leitor. Melanie e Timothy descobriram que quanto maior for o grau atingido por uma história, mais um livro é capaz de transportar o leitor para um mundo imaginário e fazer com que esse mundo onírico se transforme no mundo real.
É apenas um filme…
A partir da constatação de que um livro tem o poder de nos transportar para mundos imaginários, podemos pensar também que as histórias contadas em filmes estão no mesmo nível comparação. Por que ficamos com medo em alguns filmes de terror se sabemos que os personagens não são reais? Esse é o paradoxo da ficção.
Para resolver esse parodoxo, é preciso ter duas coisas em mente. A primeira é sobre evolução: nossos cérebros não foram redesenhados completamente ao longo do processo evolutivo; ao contrário, novas áreas (especialmente os lobos frontais) foram sendo adicionadas às antigas. Assim, há um conflito entre as partes mais novas com as mais antigas, por essas últimas não conseguem distinguir ficção de realidade ou verdades de mentiras.
A segunda observação para solucionar o paradoxo está no fato de que nossas mentes estão abertas para acreditar nas sentenças que nos são ditas, e apenas as partes mais recentes do nosso cérebro estão lá para nos dizer "é apenas uma história". O paradoxo da ficção é resolvido porque nossas mentes estão confusas sobre a realidade do que estamos experimentando. É provavelmente por isso que a literatura pode nos transportar, encantar-nos e criar tais experiências transcendentais.
Fonte: CLICKIDEIA
É apenas um filme…
A partir da constatação de que um livro tem o poder de nos transportar para mundos imaginários, podemos pensar também que as histórias contadas em filmes estão no mesmo nível comparação. Por que ficamos com medo em alguns filmes de terror se sabemos que os personagens não são reais? Esse é o paradoxo da ficção.
Para resolver esse parodoxo, é preciso ter duas coisas em mente. A primeira é sobre evolução: nossos cérebros não foram redesenhados completamente ao longo do processo evolutivo; ao contrário, novas áreas (especialmente os lobos frontais) foram sendo adicionadas às antigas. Assim, há um conflito entre as partes mais novas com as mais antigas, por essas últimas não conseguem distinguir ficção de realidade ou verdades de mentiras.
A segunda observação para solucionar o paradoxo está no fato de que nossas mentes estão abertas para acreditar nas sentenças que nos são ditas, e apenas as partes mais recentes do nosso cérebro estão lá para nos dizer "é apenas uma história". O paradoxo da ficção é resolvido porque nossas mentes estão confusas sobre a realidade do que estamos experimentando. É provavelmente por isso que a literatura pode nos transportar, encantar-nos e criar tais experiências transcendentais.
Fonte: CLICKIDEIA
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